segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Quando perdemos alguém, a vida fica mais divína.O Sol brilha mais devagar.
O sentido perde a definição, os porquês perdem as respostas, muita coisa se perde junto...
Os olhos se fecham depressa para fugir de tudo, os braços se abrem devagar e mais que buscam, acolhem.
Quando perdemos alguém, o cuidado se torna maior, a intolerância nem chega a nascer, e a visão se volta apenas para aquilo que realmente importa. O que realmente importa?
A razão percebe que o tempo nos manda, e por maior que seja sua estatura, tráz sua etiqueta em rosto, a fisionomia da curta duração. E não dá pra desperdiçar o tempo com o que não tem retorno, com o que não acrescenta, com aqueles aqueles e aqueles... que sejam aqueles... quem foram?
O que cansa é indiferente. Tudo cansa...
Passamos a peneirar a vida, garimpar com cuidado o ouro, guardá-lo.
Quando perdemos alguém, passamos a rever tudo. E mudar o conceito do tudo e do nada. Os passos são poucos, pouco importa. Pouco... importa.
Fazemos da distância, a presença constante, ganhamos por ilusão alguém sempre perto de nós... incondicionalmente. Matando uma saudade que renasce a cada instante.
Há pessoas que vem, pra nos mostrar que não importa qual seja o caminho, quem se tenha ou o que se veja, não importa o que não se vê ou o que falta. Algumas pessoas vem para nos mostrar que nada falta. Ainda que, em parte, só vejamos quando vão embora...
Quando perdemos alguém... dói.

3 comentários:

  1. Doer é a parte que mais inclina a vida a seguir,

    ResponderExcluir
  2. Lindo, lindo texto. Só quem sabe a dor e os inúmeros sentimentos de perder alguém é quem já perdeu.

    ResponderExcluir
  3. Belo texto, Gabi! Muito sensível e próximo. Bjo

    ResponderExcluir