domingo, 24 de abril de 2011

Amizade e ponto

(19/04/2011) 

 Não possuo amigos de verdade, porque não existe amizade de mentira. Possuo somente amigos, tão somente, possuo, do mundo, seu maior tesouro.
  Amigos, ao menos, para que os muros não sejam tão altos, as estradas não sejam tão longas e o tempo não passe tão rápido... nem tão devagar.
  Amigos para serem anjos, e demônios quando necessário. Amigos para nos cegar à dor e nos abrir os olhos. Amigos para nos guiar e nos entender. Amigos para serem flores, quando somos apenas jarro.
  Amigos para nos julgar, sem medo de perder a amizade. Para nos acompanhar e nos deixar ficar sozinhos.
  Amigos para fazer dos dias anos, do anos, eternidade... a vida dos porta-retratos.
  Amigos para chorar junto, para nos fazer chorar por tão raro ser este sentimento. Para chorarem pela falta do "nós", quando há presença do "eu" e do "tu". Amigos para ensinar, para aprender.
  Amigos para cair e levantar, para estender a mão e dar o braço. Amigos para servirem de abraço.
  Amigos para rir só de amizade, para morrer de saudade, para cantar desafinado, ouvir calado e depois falar sincero. Amigos para sorrir verdade, derramar e beber felicidade.
   Um dia falei que amigos eram diamantes. Que eram cobiçados, especiais, únicos e raros... Um dia eu falei que amigos eram anjos... eu não estava mentindo.

Gabriela Albano Lins

terça-feira, 12 de abril de 2011

Espectador

(12/04/2011)    
 
        Éramos todos pássaros de mesmo ninho. Os pássaros a meu lado, bateram em mim suas asas, alcearam vôo, impediram-me de voar. Continuei batendo minhas asas, não há demora para o que um dia chegará.
        Voaram por algum tempo, na maior parte dele, suas asas se bateram... era necessário que um caísse, desse suporte, para que o outro pudesse continuar.
        Assim foi, até que um dia de baixo, não avistei passáro nenhum no céu. E decidi enfim voar mais alto... não havia pressa.
        Era um céu tão calmo, uma chuva tão fina,  um sol tão aconchegante. E eu via abaixo de mim todo e qualquer pássaro. Ainda olhavam para mim, ainda batiam-se as asas e continuavam a cair.
        Clamavam, gritavam, tentavam me atingir... mas eu já estava tão longe que sequer conseguia escutar.
        O que eles não sabem, é que eu ainda queria que estivessem em vôo ao meu lado. Queria que na migração eterna, comigo viessem cantar, em hora eu estivesse a guiá-los, em outra eles, a me guiar.

Gabriela Albano Lins


quarta-feira, 6 de abril de 2011

Dói, dói, dói, dói... apenas dói. Mas dói infinitas vezes.

Gabriela Albano Lins

'Triste, sem muito tempo pra escrever aqui.