segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Que no mundo... me ache.


     Alguém no mundo, sou eu. A toda hora penso. Vivo. E vivo em tudo pensando. Penso em você a todo instante. Será que você é tudo? Mas nem todo mundo pensa em tudo... acho que você é tudo só para mim então. E você é tudo para mim todo? Ou apenas parte, metade, fração de ti... é meu mundo? Toda minha hora é tua, em que tempo chegas então? Chegará na tua hora já que minha hora já não há, e se houver, teu já é todo o tempo que tenho, que tive, que tens. Espero que o tempo esteja bom então. Se for para chover que chova, que esquente se necessário for o Sol, mas que não me presenteie com a espera, não me peça o tempo que já te dei. Que demore, mas não muito. Que não escorregue nos ponteiros se o tempo estiver chuvoso. Que esqueça as flores que pensou em trazer mas se puder apanhe um lírio em qualquer jardim, se esquecer apenas venha, que só não esqueça de mim. Que venha sem canto, sem casaco, sem luvas, sapato... Visite o poente, desesperadamente, que queira me ver. Que ame a mim em teu mundo, que vôe e flutue o profundo, que sem pressa, a todo segundo, deseje um mundo que é meu. Avance estático e inoperante, chegue. Que cansado não guarde os anseios e se fartos forem os leitos, que venda os presentes que comprou para mim. Que seja constante, que sonhes ao longe... mas que mesmo distante, estejas aqui.

Gabriela Albano Lins

2 comentários:

  1. Eu gosto desse texto... E acho que tem um destinatário não? -KKK

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  2. "não fui eu foi o eu lírico" rsrs O texto é de quem se identifique com ele.

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